Ano passado comecei a me interessar sobre
como utilizamos suposições para resolver problemas do cotidiano, e
passei a prestar atenção em como as pessoas elaboram suas hipóteses,
para então entender dois aspectos: as suposições são utilizadas corretamente?
E, é possível entender melhor a personalidade de uma pessoa com base em suas
suposições?
Afinal as suposições ajudam ou atrapalham?
Separo as suposições em dois níveis:
suposições iniciais, e suposições definitivas. Esta divisão é baseada na ação após a criação da hipótese.
As suposições iniciais são aquelas quando
levantamos hipóteses como ponto de partida para a solução de uma questão, essas
hipóteses são a base para testar o que queremos provar ou reprovar. Um experimento
científico é um bom exemplo, com o objetivo de testar a eficácia de uma teoria,
o cientista cria situações hipotéticas, segue para a etapa de investigação e
então baseado nos dados obtidos chega a uma conclusão. Assim, as suposições
criam perguntas e caminhos para coleta de informações, tratamento das
informações, e a um resultado compatível com a realidade.
Já as suposições definitivas são aquelas
que foram iniciais em algum momento, porém não houve qualquer investigação, nem
coleta de informações, e muito menos resultado, e assim tornaram-se definitivas,
sem base. É como se o cientista do exemplo anterior, diante da teoria,
formulasse algumas suposições e simplesmente concluísse o teste baseando-se na
hipótese que mais lhe convém.
As
suposições são usadas corretamente?
Eu diria que não, pois basta começar a prestar atenção e perceber que quando as pessoas enfrentam uma hipótese, elas simplesmente se calam, ao invés de investigarem se a hipótese é válida ou não.
Um exemplo disso é quando um cliente entra
em uma loja e dirige-se ao departamento de acessórios, o vendedor então começa
a criar hipóteses, se o cliente irá mesmo comprar ou está apenas pesquisando,
se o cliente quer apenas um item daquele departamento ou se quer itens de outros
departamentos, e por aí vai. O vendedor mais investigativo perguntaria quais
itens o cliente está interessado, e algumas outras perguntas para entender a necessidade
daquele cliente. Já o vendedor de suposições definitivas, tende a oferecer
diversos produtos sem perguntar ao cliente qual sua necessidade.
Mas nem tudo está perdido, pergunte-se: será
que investigo as suposições que crio? A investigação de suposições pode ser
treinada e desenvolvida.
Ao deparar com hipóteses, é necessário investigar,
ou seja, procurar pelas perguntas certas, que trarão as respostas e informações
necessárias e confiáveis, para chegar a uma conclusão.
É
possível entender melhor a personalidade de uma pessoa com base em suas
suposições?
Acredito que sim. A personalidade influencia diretamente como as suposições são trabalhadas em nossas mentes. Pessoas mais racionais tendem a ser mais investigativas, e consequentemente conseguem trabalhar melhor as hipóteses e extrair bons resultados. Porém, mesmo as pessoas racionais podem cair na armadilha da suposição definitiva, principalmente quando o propositor da hipótese entende que já possui preliminarmente toda a informação necessária para chegar a uma conclusão, e então não coleta as informações realmente necessárias.
É possível entender melhor a personalidade
de um colega, cônjuge e até mesmo do chefe, prestando atenção em como as
suposições são trabalhadas por cada um deles. Pense nisso, quanto melhor as
perguntas que você fizer para cada suposição, maior o seu potencial para
resolver os problemas. Note que é quanto
melhor (qualidade) e não quanto maior
(quantidade), quando estiver pensando nas perguntas.
Seja no trabalho ou nos relacionamentos, suposições
podem ser prejudiciais quando não investigadas. Mas ao mesmo tempo podem nos
ajudar, principalmente quando criamos o ambiente em que as hipóteses são
confrontadas com perguntas e respostas, baseadas em informações externas e
confiáveis, que nos levarão a um resultado que vai de encontro com a realidade.
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